220 000

09 setembro 2005

Aquele número ali em cima é o número de palavras que foram até agora submetidas à nossa consideração. Se as 37 histórias que somam aquela quantidade de texto fossem todas publicadas o resultado seria um gigantesco calhamaço com quase 700 páginas. Não serão, claro, e aos contos que já foram removidos do processo, por nós ou pelos autores, outros se seguirão. Dado o volume de material que já temos e aquele que esperamos ainda até ao fim do mês, no melhor dos casos será de certeza menos de metade a ver a estampa. Para já, mantêm-se no processo quase 650 páginas.

Isto porque, como aliás já esperávamos, Setembro se tem revelado produtivo. Só na última semana chegaram-nos seis trabalhos, somando mais de 100 páginas e fazendo subir os totais para os números que estão ali em cima.

Esta semana também fez baixar a proporção relativa da FC no total das submissões. Mas nem tudo é bom, como vão ver. A divisão por géneros faz-se agora assim (o número principal corresponde ao total das submissões; entre parêntesis segue o número de contos que se mantêm no processo de selecção).

- Ficção científica: 18 (18)
- Horror/Terror: 8 (7)
- Fantasia: 3 (3)
- História alternativa: 2 (1)
- Mainstream: 2 (2)
- Fantasia arturiana: 1 (0)
- Fantástico: 1 (1)
- Surrealismo: 1 (0)
- Viagem no tempo mágica: 1 (0)

Como vêem, a FC continua a merecer a larguíssima preferência dos autores e, se exceptuarmos o horror, os outros géneros são pouco mais do que residuais nas submissões. Pior do que isso é o facto de parte das submissões nesses géneros não se enquadrar bem naquilo que pretendemos. Por outro lado, a FC que temos recebido é variada: do ciberpunk às viagens no tempo, de distopias a contos humorísticos, etc. Ou seja: embora me pareça neste momento mais ou menos inevitável que o livro final venha a conter mais FC do que outro género qualquer, julgo que podemos mesmo assim garantir um espectro alargado de abordagens e temáticas. Não é bem o que preferiríamos, mas já não é mau.

Quanto à proporção Portugal/Brasil, está bastante equilibrada: recebemos 20 histórias brasileiras e 17 portuguesas, 378 páginas brasileiras e 313 portuguesas. Isto também quer dizer que, ao contrário do que acontecia no início, temos agora praticamente a mesma distribuição de textos grandes e pequenos vindos dos dois lados do Charco. Infelizmente, não recebemos ainda nada vindo de nenhum dos outros países lusófonos o que, dado que este projecto tem sido desenvolvido quase exclusivamente online, e dado o estado de desenvolvimento da internet nos PALOPs e em Timor, não é propriamente inesperado. Um dia chegará em que Angola, Moçambique e as outras regiões de língua portuguesa ocupem o lugar que é seu de direito neste tipo de projectos, mas por agora temos de nos contentar com Portugal e o Brasil.

Finalmente, quanto a tamanhos, foram-nos submetidos até agora:

- 1 novela (56 páginas)
- 8 noveletas (310 p)
- 19 contos (284 p)
- 6 contos curtos (35 p)
- 3 vinhetas (6 p)

Acham muito? Nós achamos pouco. Queremos mais e ainda melhor. Queremos contos que nos arranquem do sofá, nos arrebatem, nos transportem para aqueles lugares onde só a literatura fantástica sabe chegar.

1 comentários:

Jorge Candeias disse...

Não vamos fazer isso, Alberto. Por dois motivos: porque não achamos correcto e porque não é necessário, visto que antes de um conto ser dado como oficialmente excluído do processo de selecção, o autor (ou autores) é avisado. Posso mesmo dizer que já aconteceu, nestes pontos de situação, termos já tomado a decisão de eliminação deste conto ou daquele mas, porque o autor ainda não tinha sido avisado, escrevermos como se ele permanecesse "em jogo".

Quanto às viagens no tempo, podem acontecer de duas maneiras. Quando há algum indício de mecanismo tecnológico ou científico envolvido, como no caso da Intempol com os seus cartões cronais, consideramos FC; quando a viagem no tempo se dá sem esses indícios, só "porque sim", de uma forma mágica, pomos fora da FC. Poderíamos ter chamado simplesmente "fantástico" a essa história.