Antes de mais, começo por esclarecer os brasileiros para o caso de não conhecerem o prato. Pescadinha de rabo na boca é um prato que julgo ser português, e que consta de pequenas pescadas fritas enroladas por forma a morderem o próprio rabo, normalmente duas ou três por dose, acompanhadas com arroz e/ou outras coisas.
Este prato levou ao surgimento de uma expressão idiomática. Algo é uma pescadinha de rabo na boca quando as suas consequências levam à sua génese.
Pois bem: estamos metidos numa pescadinha de rabo na boca.
É que ao contrário do que possa parecer, e apesar de, de facto, não nos ter sido possível trabalhar com tanta intensidade como seria desejável, não temos estado parados. Temos feito contactos com editoras, uns exploratórios, outros mais formais, e o resultado tem sido desencorajador.
É que todas elas têm planos de edição mais ou menos fechados que se estendem por longos meses e não se têm mostrado abertas a acolher o nosso livro a tempo de ser publicado este ano (quando mostram alguma abertura à ideia - geralmente torcem o nariz). Por outro lado, um projecto desta natureza, que depende como este depende daquilo que é submetido e do ritmo de submissão, não pode ser programado com grande antecedência, pelo menos não rigidamente. E assim entramos num ciclo vicioso. Numa pescadinha de rabo na boca.
Ou seja: enganei-me redondamente quando disse que achava que não iríamos ter dificuldades de maior em pôr o livro cá fora.
Acho que neste momento temos garantido que não iremos conseguir publicá-lo por nenhuma das editoras maiores, aquelas que lhe garantiriam a divulgação e distribuição que pensamos que ele merece. Restam-nos outras hipóteses, no entanto. Ainda não desistimos. E não queremos desistir.
Pescadinha de rabo na boca
23 maio 2006
Publicada por Jorge Candeias à(s) 12:27
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Independente de ser ou não uma expressão idiomática, essa pescadinha de rabo na boca me pareceu um prato muito apetitoso. As vezes o jeito é se deliciar primeiro com o aroma, ainda cego pela fumaça e pelo barulho de pratos e talheres, para só então, ver as sardinhas chegarem a mesa. Certa vez comi 13 de uma só vez. Tenho certeza de que ainda teremos um belo banquete em Lisboa :)
Essa questão talvez (e vai aqui um IMENSO talvez) pudesse ser pesquisada do lado de cá do Atlântico, que acham?
Claro que há entraves logísticos, leia-se “editoriais”, mas não custariaria nada tentar...
Gabriel, parece-me que estavas com fome quando escreveste isso!... :)
Octávio, é questão de se pensar no assunto, mas talvez ainda não. Se não for de todo possível publicar o livro cá, então não vejo mal nenhum nessa ideia, mas como disse ainda há algumas hipóteses por explorar.
Ok. Ficamos no aguardo. No que puder ajudar, dê um toque.
Enviar um comentário